Estava sumida daqui? Estava. E tive um motivo pra isso…
Nesta newsletter eu vou falar sobre os seguintes assuntos:
Newsletter: susto e retomada
Novos panões & bandeiras na loja virtual
Uma playlist de tiozão
Precisamos falar sobre o uso de inteligência artificial e a preguiça humana em aprender a fazer as coisas por si só
Drops, miudezas e afins
Newsletter: susto e retomada
Estas cartas virtuais ficaram um tempo no limbo porque, simplesmente, eu esqueci a minha senha de login da plataforma de newsletter. Fiz várias tentativas de acesso, e nada. Tentei retomar o acesso da minha conta resetando minha senha por e-mail, e voilà: os e-mails de recuperação de senha não caíam na minha caixa de e-mail. Nem no Spam, nem em lugar nenhum. A aporrinhação de retomada continuou: fui catar um e-mail de contato, de SAC, de SOS da plataforma do Substack. Sem brincadeira, levei DOIS DIAS para encontrar 1 e-mail, uma janelinha de contato humano para suporte - pois é de praxe das empresas reduzirem ao máximo a quantidade de funcionários e dificultarem o acesso a seres humanos para resolução de problemas técnicos. O FAQ do Substack não resolvia meu problema, e era pra lá que a plataforma sempre me encaminhava - uma espécie de self-service tecnológico, clique aqui e descubra sozinho como sair deste pepinão que você está!
EU PRECISAVA FALAR COM UM SER HUMANO. Depois de uma tortuosa busca investigativa no Google, consegui 1 e-mail de contato, publicado em algum post de blog da plataforma, assim, bem escondidinho. Que sensação indescritível senti ao conseguir estabelecer contato com uma pessoa de carne e osso kkkkry. Finalmente consegui recuperar minha conta. Aqui estamos, saindo do limbo.
Novos panões & bandeiras na loja virtual
Temos aí mais uma produção fresquinha de tecidos impressos ❤ Atualizei o estoque de panões e bandeiras, com diferentes artes e tamanhos. Estas produções são feitas aos poucos, sempre em poucas unidades.
Clica aqui para ver os novos modelos & reposições disponíveis na loja virtual!
Uma playlist de tiozão
Inspirada num vizinho que tem o hábito de ouvir, sempre à tarde, clássicos da Antena 1 (jovens, se não pescaram a referência, pesquisem no google), montei minha própria playlist de tiozão. Deixo a playlist disponível aqui pra quem quiser ouvir.
Precisamos falar sobre o uso de inteligência artificial e a preguiça humana em aprender a fazer as coisas por si só
Pois é.
Acho muito legal que a tecnologia evolua e facilite certos trabalhos, agilize alguns processos. Uso bastante, inclusive! Ilustração digital é um bom exemplo disso.
Mas tem coisa que não dá pra delegar. Ao menos, não totalmente.
Já falei em alguma newsletter passada sobre o uso de programas de inteligência artificial para gerar imagens a partir de palavras-chave. Eu nunca tinha experimentado esse recurso, e tive acesso pela primeira vez através de um aluno do meu curso da Domestika que postou um projeto executado desta maneira.
Então, aconteceu novamente. Outro aluno, usando outro programa de inteligência artificial, gerou imagens através de palavras-chave para desenvolver seu projeto.
Mais uma vez, pra entender como funciona, experimentei também esta plataforma, mais complexa do que a anterior, inclusive com versões pagas. Não existe espaço para uma real experimentação de combinação de cores, de composição, de proporções. As palavras-chave usadas e a aleatoriedade do algoritmo fazem todo o trabalho imagético.
Pra ser bem sincera, eu vejo um valor nisso sim: essas imagens funcionam bem como um rascunho inicial, como um ponto de partida ou referência para a construção de algo mais criativo, substancial, que tenha a voz do autor por trás. Que tenha mais conteúdo e detalhamento. Mas não é desta forma que estão usando esse recurso. Tem até youtuber topzera fazendo piada que esta ferramenta poderia gerar uma possível crise na classe artística. Tem quem discuta o papel do "criador" que digita as palavras-chave. Bom… eu sou curiosa. Quando vejo uma coisa assim, quero entender como funciona. E entendi que muitas pessoas que usam esses programas de inteligência artificial procuram obter o melhor resultado possível com o menor esforço empreendido. Tá bem, estou ranzinza. O nome disso é preguiça mesmo.
Eu entendo que nem todos tenham facilidade com desenho. E não é preciso ter. Mas aí está: existem muitas formas de contornar uma “dificuldade". Você pode fazer uma colagem. Você pode experimentar com tinta, fazer composições abstratas. Você pode experimentar apenas com composições tipográficas. Dá pra fazer mil coisas realmente criativas, que envolvam um trabalho real de experimentação e estudo visual, e criar algo seu, sem saber desenhar NADA.
A criatividade precisa de tempo e espaço para ser exercida, precisa de pesquisa. Precisa de algum ESFORÇO.
O problema não é a ferramenta. Eu realmente vejo um valor nessas inteligências artificiais, e consigo me imaginar usando isso como PONTO DE PARTIDA. Não como obra final. O problema é a preguiça que dá em aprender a fazer algo novo. E isso me preocupa. Faz parte da condição humana o aprendizado, a tentativa e o erro, a curiosidade que leva a descobertas… a manipulação de ferramentas, a criação de coisas novas. Acho triste uma pessoa publicar algo que executou a partir de palavras-chave como uma criação sua, com tantos recursos disponíveis para experimentar, dentro de uma plataforma de aprendizado. Veja bem, no espaço de um curso, a ideia é EXPERIMENTAR. Novamente, tentativa e erro, talvez um ou outro acerto. Não precisa ficar perfeito. O valor está no processo de aprendizagem. Como professora, eu tenho que observar o que os alunos aprenderam a partir do conteúdo dado em aula. Ao usar o programa de inteligência artificial para criar suas "obras finais", o aluno não aplicou na prática as aulas de criação de paleta de cor, de experimentação de composição, de uso de símbolos e molduras, nada. Eu não dei uma aula de escolha de palavras-chave. Sinto que as pessoas estão perdendo a noção do que significa um espaço de aprendizado.
Enfim, um desabafo.
Drops, miudezas e afins
Às vezes é bom compartilhar coisas legais de forma rápida, sem estabelecer grandes problematizações, rs. Eu conheci recentemente este artista que usa das matrizes de xilogravura como própria obra de arte, coisa linda demais. Estou lendo um livro de um respeitado monge budista Theravada, gostando muito e querendo me aprofundar no assunto. Descobri alguns canais de linhagens diversas de budismo no youtube e esse vídeo que fala rapidamente dos vícios de alguns monges tibetanos em celular - pra lembrar que nem eles estão isentos das distrações tecnológicas, veja só. Este ano é o centenário de nascimento de Darcy Ribeiro e ouvi um trecho da participação dele no programa Roda Viva… que delícia ver uma pessoa que conseguiu executar na prática tantos sonhos e propósitos. É engraçado saber que ele praticamente fugiu do hospital pra terminar de escrever um livro importante de sua carreira antes de morrer. E tudo isso dito com um grande senso de humor e apreço à vida. É realmente uma grande inspiração.
Fico por aqui.
Um abraço,
lari.