Oi, pessoal!
Fico feliz em anunciar que participarei da minha primeira feira do ano, aqui na minha cidade, Rio de Janeiro, a convite da Risotrip + Galeria Asfalto!
A feira será neste sábado, dia 09/03, na Rua Pedro Ernesto, nº 43, Gamboa (dentro da Galeria Asfalto, próximo ao ponto “Harmonia” do VLT, que passa em frente). O evento será das 14h às 22h, e eu estarei acompanhada de vários artistas e coletivos cariocas. Teremos barracas de comidas e bebidas para garantir os biricuticos no local ;-)
Levarei algumas novidades e também poucas caixas do Baralho Oráculo que fazem parte do saldão de pequenos defeitos, que estarão à venda pela metade do preço original (de R$160 por R$80).
Atenção: só estarei aceitando pagamentos via PIX na feira. Levem o celular ♡
Aos que moram em outras cidades, lembrem-se que minha loja virtual está ON e aceitando pedidos de todo o Brasil: clica aqui pra ver!
Se tudo der certo, faço a divulgação da reabertura da loja virtual na segunda semana de março no meu perfil do Instagram. Decidi adiar um pouco o plano pra não embolar o lançamento oficial da loja com os preparativos da feira presencial. Como vocês sabem, eu ainda não tenho nenhum assistente para dividir tarefas - então as coisas ainda funcionam no ritmo de uma pessoa trabalhando solo.
Esta noite sonhei com zumbis
E, no sentido estrito da palavra, não foi um pesadelo.
No sonho eu era tanto participante como observadora. Ou melhor, elaboradora, porque o sonho me apresentava um problema urgente: estávamos sofrendo, coletivamente, um ataque zumbi. Precisávamos de uma estratégia para nos proteger. A minha parte observadora-elaboradora conseguiu se desvincular emocionalmente da minha parte que só corria do perigo e começou a traçar um plano. Éramos muitas pessoas correndo ladeira abaixo, literalmente; atravessávamos um grande terreno em declive. Havia alguns obstáculos ao longo do caminho a serem ultrapassados, muros de várias alturas diferentes. Pensei que podíamos usá-los a nosso favor, já que somos humanos, dotados de inteligência. Acreditei que poderíamos facilmente pular ou escalar os muros; enquanto os zumbis, todos sabem, são… dotados de uma inteligência muito limitada.
O último obstáculo do trajeto era um muro com um portão. Tudo o que era preciso fazer era atravessá-lo pelo portão aberto. Mas havia um detalhe: o último ser humano a passar deveria fechá-lo e trancá-lo com um cadeado. Os zumbis ficariam para sempre aprisionados. E nós, livres do contágio, eternamente. Este era o final do plano, pensei. Vai dar certo. Bora executar.
Daí, o sonho corta pra minha parte como personagem ativa, correndo loucamente junto da multidão a fugir dos zumbis. Todo mundo conseguiu ultrapassar cada muro, cada obstáculo, como previsto no meu plano. Depois de passar pelo último muro junto com a galera, o do portão aberto, já me imaginando em segurança, olhei para trás. Para meu espanto, o último serumaninho a passar pelo portão não executou o plano tal como foi traçado. Tomada de pânico, aquela última pessoa só queria saber de salvar a própria pele. No desespero, ela não cumpriu com a sua responsabilidade em fechar o portão e trancar o cadeado, salvando não somente a ela própria, mas a todos nós. Naquele momento eu tive a certeza que estávamos todos perdidos - seremos todos zumbis.
Nesse momento de angústia pelo contágio iminente, cheguei a pensar, no sonho, que exigir da última pessoa a responsabilidade de trancar o portão era uma demanda extrema. Alguém seria capaz de tanta calma e firmeza? Era essa tarefa humanamente possível?
Não houve carnificina. O sonho tomou um rumo, digamos, diferenciado. Eu me vi contaminada e transformada em zumbi, e todos os que correram comigo, também. Éramos imbecilizados e vivendo vidas desprovidas de sentido, como autômatos. Cada um de nós tinha uma penteadeira com um espelho para si; estávamos olhando nossos reflexos no espelho, completamente autocentrados.
Fim do sonho.
Acredito que o sonho de hoje tenha uma influência direta da leitura que estou fazendo agora. Estou lendo o livro Portões da Prática Budista, de Chagdud Tulku Rinpoche. Pra quem não tem familiaridade com o assunto, existem diversas linhagens no budismo e, assim como no cristianismo, apesar de existir um centro em comum, elas podem ter abordagens bastante diferentes entre si. No livro que estou lendo, o lama tibetano explica que, ao tomar refúgio no caminho Mahayana, o praticante se compromete a nunca sair da experiência samsárica até que o último ser alcance a liberação do sofrimento. Isso significa que, mesmo que alcance a iluminação, o bodisatva faz o voto de renascer repetidamente em samsara para ajudar todos os que ainda estão em sofrimento, de forma a guiar os seres a caminho da libertação. É um trabalho pela iluminação coletiva que pode levar incontáveis eras.
O último que escapar de samsara não pode se deixar tomar pelas emoções aflitivas e pelas ilusões do ego; ele tem que se comprometer a se manter firme e, de fato, trancar o portão.
Se é humanamente possível, viável, realizável… quem sou eu pra responder.
Obrigada a todos que me leram até aqui.
Quem puder aparecer na feira de sábado, apareça ♡
Um abraço e
durmam bem,
lari.
Perdi a feira, mas não perdi a brilhante confluência entre o sonho com os zumbis e o aspecto divinamente filosófico do Budismo. \o/